quarta-feira, 27 de junho de 2007

O Estudo de comportamento animal na Homeopatia 2

O estudo de comportamento animal na Homeopatia 2
Há algum tempo venho me perguntando porque não se estuda comportamento animal neste curso. Será que isso é relevante diante das mais sérias patologias, daquelas lesões de pele maravilhosas, daquele sintoma raro, estranho e peculiar que nos remete, quase que imediatamente, àquele medicamento dito como "de fundo".
Será que isso basta?
Eu particularmente acho que não.
O Bem- Estar dos cães está intimamente relacionado ao conhecimento do comportamento de matilha, o que infelizmente não nos é ensinado em lugar algum. Acredito que seja responsabilidade do veterinário ter este conhecimento para poder transmiti-lo aos proprietários e orientá-los durante todo o desenvolvimento do animal.
Sem este conhecimento quanto tempo se perde tentando de todas as maneira achar o medicamento mais apropriado para o Totó, que resolveu de uma hora para outra ter vontade própria e morder o seu amado dono quando ele tenta dormir na sua própria cama. Quantas receitas ainda serão feitas de Lyc para alguns destes casos e de quanto será o nosso acerto? Sempre me pergunto se a homeopatia é mesma soberana. Será que o medicamento sozinho vai segurar este tipo de agressividade quando todas as atitudes que o dono é a de demonstrar que o cão é o líder da matilha? Será que só o medicamento adianta quando o dono deixa este animal fazer o que quer? Os cães em particular são mestres no que diz respeito fazer leitura corporal, sabem com antecedência se com a nossa chegada vem um afago ou uma bronca. Ele não sabe que fez coisa errada como todos dizem. Não são capazes de correlacionar as atitudes como nós, mas são hábeis como ninguém nessa leitura.
É interessante ter o conhecimento de que existem vários tipos de agressividade e de que elas podem requerer manejos e tratamentos totalmente diferentes. Sem o conhecimento prévio do comportamento normal para a espécie em questão a consulta se perde em devaneios. Ele é agressivo e ponto. Como então medicar? É agressivo porque o dono é um banana ou porque quando faz algo errado você lhe dá um tapa. Será que num caso de agressividade por medo o animal está realmente errado? Lógico que não, a não ser que ele demonstre agressividade por medo de situações ridículas. Aí sim, entra o nosso tratamento, a nossa busca pelo simillimum, a nossa vontade de prescrever com bom senso.
Um animal hiperativo, que vive confinado num apartamento e que passa o dia inteiro sozinho precisa de medicação ou de atividade física, de conTATO com o mundo lá fora?
Eu levei muito tempo correndo atrás de algumas destas respostas e delas surgiram várias outras... A minha vida profissional mudou quando entrei neste universo tão rico e tão simples. Quando aprendemos a nos comunicar com a espécie que estamos nos dispondo a tratar tudo é mais fácil e muito mais gostoso. Além dos resultados serem muito melhores.
Eu espero que se tenha vontade de modificar isso e que se entenda do quanto este conhecimento é necessário para se clinicar. Assim quem sabe, em breve, o Brasil consiga chegar próximo aos outros países no que diz respeito ao Bem –Estar de todos os envolvidos
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Dra. Fernanda PecoraroHomeopatia, Creche e Recreação para cães (day care), Orientações comportamentais.
fepecoraro@uol.com.br
R. Campos do Jordão, 47 CEP 05516-040F: 3722-4636

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