quinta-feira, 30 de outubro de 2008

APBT Dempsey escapa a pena de morte

"A Inglaterra não tem pena de morte para humanos, mas tem-na para cães. Durante a decada de 90 um pit bull terrier chamado Dempsey esteve perto de ser a sua primeira vítima. Em vez disso, foi o centro de uma acessa discussão internacional sobre os direitos dos animais. A lei inglesa sobre cães perigosos, de 1991, foi aprovada após vários ataques muito publicitados de cães a crianças. A lei declarou ilegal possui cães de raças "perigosas" (cão de fila brasileiro, dog argentino, tosa e pit bull terrier sem uma autorização do tribunal, e exigia a quem beneficiasse desta autorização que, sempre que fora de casa, conservassem os seus cães presos pela trela e açaimados. A pena por não cumprimento destas disposições era a morte - não do irresponsável dono mas sim do cão. Foi por esta altura que Dempsey, uma cadela pit bull terrier americana de seis anos, cuja dona residia em Londres e se chamava Dianne Fanneran, foi levada foi levada a passear por uma sua amiga em Abril de 1992. Dempsey começou o passeio devidamente açaimada e presa à trela mas, a certa altura começou a sufocar e a sua companheira humana tirou-lhe o açaime para que a cadela pudesse vomitar. A infracção foi de imediato identificada por dois policias que passava, os quais avançaram e "prenderam" Dempsey. Três meses mais tarde, no Tribunal de Ealing, a cadela foi condenada à morte com base na Lei dos Cães Perigoso.Começou então uma batalha legal de três anos para Fanneran e para a sua infeliz cadela, que passou esse tempo em diversos canis da cidade. O caso arrastou-se pelo sistema legal inglês, chegando eventualmente à Câmara dos Lordes, para voltar aos tribunais novamente. Entretanto, os defensores dos direitos dos animais puseram-se do lado de Dempsey, protestanto energicamente contra a injustiça deste caso em particular e contra a lei em geral. A actriz Brigitte Bardot, activista dos direitos animais, chegou a oferecer asilo político em França ao pit bull. Finalmente, em Novembro de 2002 o caso foi arquivado - não por o governo constatar a loucura dos seus actos, mas devido a uma tecnicalidade.Dempsey foi libertado e viveu até à respeitável idade de dezassete anos. Porém, a Lei dos Cães Perigosos continua em vigor. Em 2002 chegou a atingir a Princesa Ana, filha da Rainha Isabel II de Inglaterra, quando um dos seus bull terriers atacou duas crianças. O cão nao foi condenado à pena de morte, mas a princesa pagou uma multa de 500 libras.In, 100 cães que mudaram o mundo

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Cadela gravida enforcada (TEM FOTOS)

CONTEM IMAGENS CHOCANTES

por Irakaya

A maioria das noticias aqui é de ataques ou de louvores a APBT, hoje vou postar uma diferente.Retitrei de outro forum que costumo ir The pitStop. O Titulo:Pregnant Dog Hung in Philadelphia Schoolyard, Brutally Tortured to Death Posted on 2008 under Crimes Against Canines, Just Sad , News & Updates, Torture 11
Cadela gravida enforcadaFoi brutalmente espancada e torturada até à morte depois o seu corpo foi deixado como uma espécie de exposição macabra para que todos a podessem ver.A área em torno do corpo torturado estavam pedras e blocos de betão, muitos cobertos de sangue, obviamente usados na tortura do indefeso animal. "Basta pensar que alguém pode atira alguma coisa num animal como este e ouvi-la chorar e continuar a atirar coisas … é de cortar o coração", disse O Agente Wayne Smith do PEAC PA.Imagine o tormento, a dor, o sofrimento desta criatura inocente que passou por lapidação e de como ela foi espancada até a morte!

HUMANO:Criatura dotada de inteligência reflexiva e inventiva,dotada de livre-arbítrio, podendo assim percepcionar e analisar livremente o mundo natural que o rodeia, "transformando-o" pelo poder do pensamento. Na giria usamos a expressão "ser humano" como que isso significasse que temos coração!

sábado, 14 de junho de 2008

Michael Vick, o quarterback dos Atlanta Falcons NFL

A história é recente data de 25 de Abril de 2007.

Foi emitido um mandato de busca á propriedade em Surry County de Michael Vick, o quarterback dos Atlanta Falcons NFL

Vick não vive nesta casa, é sim habitada pelo sobrinho dele.A policia diz que Vick não passa muito tempo nesta propriedade.

O ordem de busca foi concedida pelo tribunal distrital do condado de Surry. Um grupo de trabalho do estado foi à propriedade á procura de uma pessoa que acreditava que pudesse estar na propriedade, mas a pessoa não era Vick. Os investigadores não revelaram o nome da pessoa.

Quando os investigadores estavam na propriedade, descobriram três edifícios atrás da casa que abrigavam diversos cães.

"Quando eles (os investigadores) tiveram a possibilidade de ir ao local descobriram animais negligenciados " Administrador Tyrone Franklin do condado de Surry.

Franklin diz que os cães pareciam estar esquecidos e com fome.

Os investigadorer do estado e do condado foram na tarde de quarta-feira fazer uma busca na propriedade. Diversos camiões do controle de animais estavam igualmente na cena.

Nenhumas informações adicionais sobre a autorização foi liberada neste tempo. Mais informações estaram disponíveis depois da a investigação está completa.

Os relatórios adiantados indicam que Vick organizava lutas de cães nas traseiras da casa. O grupo de trabalho animais de luta de Virgínia estava na cena. As autoridades relatam que Vick tinha estado sob a investigação por diversos anos por lutas de animais ilegais.

Vick foi sentenciado em Dezembro de 2007 a 23 meses na prisão. Está atualmente em Leavenworth, Kansas.
Michael foi acusado de financiar lutas de cães e ajuda no abate (pelo que li, diria trotura, electrocução e afogamento eram uns do metodos) dos animais que não era agressivos para lutas.

22 Pit Bull's foram resgatados da propiedade de Michael Vick e deixados ao cuidado do Santuário de animais em Utah.

No total existiam 54 Pit Bull's na propriedade. Só 1 cão foi eutanasiado por razões médicas.

Em apenas 5 semanas Leo, um dos cães resgatados a Vick, transformou-se de um cão de lutas em um cão de terapia.

VER VIDEO DE LEO
http://www.nbc11.com/video/16602169/index.html

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Pit Bull Heroes



Dedicated to Pitbulls and the heroes who save them

The ORIGINAL "Pit Bull Problem"

AMERICAN PIT BULL TERRIER...AN AMERICAN HERO

Mais uma actividade com o APBT



quinta-feira, 12 de junho de 2008

Pibble TV - Pit Bull Television

About This ChannelPibble TV is a station dedicated to the responsible ownership of the very misunderstood "Pit Bull". We strongly oppose dog fighting and other forms of animal cruelty and are out to spread the truth about these amazing dogs to restore their image.canal de televisão, via net, com provas desportivas (e não só) com pit bulls (e não só)
Para ver clicar "AQUI"http://www.mogulus.com/pibbletv

quarta-feira, 4 de junho de 2008

O Mute (pros íntimos) tem 7 vidas:


História do Mamute
O Mute (pros íntimos) tem 7 vidas:

Quando ainda estava sob posse do seu pseudo dono, o Mute contraiu alguma doença. Como não recebeu o tratamento veterinário adequado ele foi definhando aos poucos e perdeu a sua beleza...afinal era um pit bull de aproximadamente 40 kg.
Não servia mais para muita coisa (como exibi-lo para os outros) estava magro e fraco...pesando 13,7kg
O pseudo dono resolveu se livrar e passou ele adiante.
Passou por diversas pessoas, uma pior que a outra.
Uma destas “pessoas” resolveu matá-lo a pauladas.
Não funcionou...
Mesmo sabendo que o seu cão estava sendo mal tratado, se é que estava sendo tratado, o seu antigo “pseudo” dono não teve a iniciativa de pegá-lo de volta...e o Mute ficando cada vez pior.
Uma destas “pessoas” colocou um rottweiler para bater no Mute, mesmo ele não conseguindo ficar em pé...
Foi abandonado no meio do mato por diversas vezes...sem água, sem comida, amarrado por cordas tão curtas que sequer ele conseguia deitar.
Quando estava amarrado em cordas ainda era melhor do que quando foi amarrado por arame farpado.


Mas no dia 04/11/2005 sua sorte mudou.Um anjo chamado Cláudio resolveu resgatá-lo, pediu para sua namorada na época – Cátia – fosse buscá-lo. De imediato foi levado para a casa da Cátia e lá ficou em tratamento por 2 meses. Na época o Cláudio não tinha condições de levá-lo para BH por causa dos outros cães que possuía e poderiam machucá-lo mais. Toda a assistência de remédios e alimentação eram fornecidos e apesar da saudade que sentia só podia vê-lo nos finais de semana. Com o tratamento veterinário a sarna curou, porém a debilitação aumentou e o Cláudio teve que levá-lo para BH, onde está há 5 meses e ainda em tratamento. Quando chegou para o Cláudio, o Mute estava muito debilitado, estava com sarna profunda, larvas por debaixo da pele, o olho esquerdo não abria, havia um tumor nas costas que o Cláudio desconfia ser causado pelo Rottweiler. Anemia profunda. Seus rins estavam tão ruins que sua língua estava necrosada o que ocasionou a perda de um pedaço.Não tinha pêlo, não conseguia ficar em pé, chorava a noite toda de dor. Sua orelha havia sido mutilada por moscas varegeiras.Ele apresentava um corte no pescoço de 27cm por 3cm de espessura causado pelo arame farpado.Ficou tanto tempo amarrado em terreno de terra que os vasos sanguíneos de suas unhas aumentaram e consequentemente não podem ser cortadas por que sangra demais, tem que ir desgastando até chegar ao tamanho normal.O único lugar que o Mute gostava de ficar era dentro de uma caixinha de papelão, talvez para se proteger e se esconder. Após pegá-lo o Cláudio entrou em contato com o Ricardo Locci, perguntando sobre suplementação e cuidados para conseguir recuperar o Mute. Apesar da ajuda dada pelo Ricardo o veterinário proibiu o Mute de comer sal e proteínas e até hoje só come batata e frango cozido, arroz e um pouco de ração sênior. Hoje o Mute está bem melhor, forte, lindo, porém triste, mas está melhorando aos poucos. Quem sabe um dia poderá retribuir o que o Cláudio fez por ele, e já o fez por outros 5 cães.O Cláudio conta que sai do trabalhão 5x ao dia para medicá-lo.Hoje ele VIVE na casa do Cláudio em Belo Horizonte, com mais outros cães, 4 poddles “terríveis”. O Cláudio deu a ele, uma nova chance de viver, um novo horizonte...um belo horizonte.

Fica a pergunta:Quem é assasino???

Mamute Hoje:


sexta-feira, 30 de maio de 2008

Mais Uma Prova da agressividade do APBT

http://www.hundesportfreunde-nord.de/

quarta-feira, 16 de abril de 2008

A minha revolta como dono responsavel

Exmo. Sr.

O meu nome é Edgar Levi Loreti Castro, tenho 32 anos e venho pedir que leia apenas isto até ao fim.
Há cerca de 4 anos enquanto treinava os meus cães com uns amigos, um outro trás o que seria uma lei para cães potencialmente perigosos, na altura eu tinha Rottweiler´s e muito pouco se ouvia falar de Pit Bull, conhecia a raça mas apenas porque tinha amigos que tinham.
Saiu a lei e esse grupo de amigos (4 na altura) decidiu mostrar que não havia cães perigosos, mas sim donos.
Fundámos a Associação Pit Bull Oeste e iniciamos uma caminhada na desmistificação das ditas raças potencialmente perigosas.
Iniciamos o projecto cão terapia:
Consistia em todas as 2ªs e 4ªs feiras das 14h ás 17:30h estar presente na A.D.A.P.E.C.I.L, uma escola para pessoas inadaptadas, que existe na Lourinhã/Torres Vedras, durante cerca de 2 anos e meio.
Iniciamos também acções de desmistificação em aldeias (no inicio) e de seguida em escolhas e eventos a convite de câmaras, juntas de freguesia ou até por adeptos da A.P.O.
Nas idas a escolas o objectivo era desmistificar, educar os donos ou futuros donos do que é ter um cão e quais as responsabilidades e que cuidados ter na abordagem a um cão desconhecido e quais os sinais que transmite um cão.
Este trabalho tem sido reconhecido a nível mundial, a A.P.O. colaborou com um projecto de cães de terapia (Pit Bull) que teve inicio o ano passado no Brasil, recebeu muitas palavras de incentivo e reconhecimento pelo trabalho feito.
Feira dos Sentidos em Tomar
Feira onde se mostrou todo o tipo de terapias existentes para inadaptados.
A Associação Pit Bull Oeste deu o seu contributo e foi aplaudida por centenas de pais de crianças inadaptadas.
Em Fevereiro de 2006 foi apresentado numa conferencia de veterinária em Córdoba, Espanha, um trabalho sobre a cinoterapia e o trabalho que a APO desenvolveu a este nível, recebemos centenas de mail´s enviados por veterinários e comportamentalistas de todo o mundo, que nos davam os parabéns pelo trabalho desenvolvido.
Eu trabalho em telecomunicações, recebo pouco mais do que o ordenado mínimo, tenho 5 cães que foram reabilitados de lutas, pago uma renda de casa, seguros, vacinas, chips etc.
Andei 4 anos a dedicar-me a uma causa, a ajudar pessoas a saberem o que é ter um animal, a perder o meu único dia de folga (domingo) para ajudar pessoas com problemas com o seu cão, a faltar ao trabalho quando havia uma terapia a fazer, uma demonstração, uma acção de formação numa escola e agora a não ter ferias porque os dias que faltava não chegavam para os dias que tinha de ferias.
Com isto quero-lhe apenas transmitir o quanto está a ser injusto para nós A.P.O que tanto fizemos para que isto a acontecer não nos mete-se a todos no mesmo saco, ninguém da A.P.O apoia criações nem nada que se pareça, queremos apenas regras para cumprir, como sempre fizemos. Temos os nossos cães como membros da família, não somos criminosos e muito menos inconscientes.
Peço-lhe que seja humano e justo, existem muitas pessoas que não merecem o tratamento que nos quer dar.

Obrigado
Edgar Loreti

Obs. veja o site e veja o que nós fazemos e somos
www.pitbulloeste.com

OBS: Até hoje aguardo um resposta a esta carta que foi enviada com aviso de recepção ao ministro da agricultura, Jaime Silva

NOTA DE IMPRENSA

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, DO DESENVOLVIMENTO RURAL E DAS PESCAS Gabinete do Ministro NOTA DE IMPRENSA
ASSINADO DESPACHO SOBRE CÃES
POTENCIALMENTE PERIGOSOS
No passado recente tem-se assistido, com alguma frequência, a ataques e agressões protagonizados por cães. Estes acontecimentos constituem uma preocupação do Governo pelo que se entendeu oportuno e premente reequacionar o enquadramento legal, reforçando as medidas aplicáveis a estes animais e aos seus detentores.
Assim, dando cumprimento ao disposto no nº 1 do artigo 14º do Decreto-Lei nº 312/2003, de 17 de Dezembro o Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Jaime Silva, assinou ontem, dia 2 de Abril, um Despacho que proíbe a reprodução ou criação de quaisquer cães das raças constantes da Portaria nº 422/2004, de 24 de Abril, incluindo os resultantes dos cruzamentos daquelas raças entre si ou com outras.
O mesmo Despacho excepciona os cães, cuja inscrição conste no Livro de Origens oficialmente reconhecido (LOP e outros).
Refira-se que os detentores de cães abrangidos por esta medida dispõem de um prazo máximo de quatro meses, a contar da data de entrada em vigor do Despacho, para proceder à esterilização dos animais.
A fiscalização do cumprimento das normas constantes no Despacho compete à Direcção Geral de Veterinária, às câmaras municipais, designadamente os médicos veterinários municipais, à GNR e à PSP, sem prejuízo das competências atribuídas por lei a outras entidades.
Este Despacho enquadra-se num conjunto de medidas que o MADRP pretende implementar com vista ao reforço das normas que regem a criação e posse de animais potencialmente perigosos e perigosos.
As alterações em marcha vão ao encontro das preocupações e recomendações das principais associações ouvidas ao longo das últimas semanas e dão corpo às iniciativas parlamentares desenvolvidas neste âmbito.
A gravidade dos casos de agressões por parte de cães obriga o Governo a solicitar, de imediato, à Assembleia da República uma autorização legislativa com vista à criminalização de certo ilícitos, nomeadamente as ofensas corporais a pessoas, causadas por animais, quer por incitamento, falta de vigilância ou negligência do seu detentor.
A criminalização abrange igualmente a promoção e participação em lutas de cães.
Lisboa, 3 de Abril de 2008
Praça do Comércio 1149-010 LISBOA Tel.: 213 234 724 / 6 Fax: 213 234 605 Assessor de Imprensa: Mário Ribeiro - 962 534 880 mribeiro@madrp.gov.pt

Animais em predios e o direito dos donos

É importante que façamos valer os nossos direitos e que apoiemos as pessoas que estão com problemas com senhorios a fazerem valer os delas!




"Ultimamente, o departamento Jurídico da LPDA tem
recebido muitos telefonemas de pessoas que se vêm
confrontadas com o facto de os administradores dos
prédios pretenderem introduzir, no regulamento interno
do condomínio, a proibição de animais nos
apartamentos.

Esta tomada de posição não só contraria Direito
adquiridos como também o direito consignado por lei
quanto à permanência de animais em apartamentos.

Para além disso, trata-se de uma posição que interfere
com o direito das pessoas no que se refere à sua vida
particular e pior do que isso, trata-se de uma
marginalização dos animais que pode e leva muitas
vezes ao seu abandono, por falta de esclarecimento.

Assim, a L.P.D.A., faz saber que:

Existe legislação que regulamenta as exigências quanto
aos cuidados a ter com os animais nos apartamentos.
Porém, não existe legislação que proíba as pessoas de
os ter . A mais recente, portaria nº1427/2001 de 16 de
Dezembro,define no seu art.º 1º alínea 2 -" Sempre que
sejam respeitadas as condições de salubridade e
tranquilidade da vizinhança, podem ser alojados por
apartamento até três cães ou 4 gatos adultos" -, ou
seja até 4 animais.

O código civil considera os animais pertença (um bem )
das pessoa, tornando-as por eles responsáveis em todas
as situações, logo, as pessoas não podem ser
espoliadas dos seus pertences e ou bens por qualquer
regulamento de condomínio sem fundamento plausível.

Quando é celebrado o contracto de promessa de compra e
venda de um apartamento e ou aluguer deve o comprador
ou o inquilino ser informado de que existe um
regulamento que interdita o acesso a animais;
regulamento que deve estar afixado no imóvel.

Qualquer regulamento feito à posterior ,não pode ser
aplicado a quem já tem direitos adquiridos. O
regulamento de condomínio só tem aplicação a partir da
sua aprovação e desde que este seja aprovado por
maioria, conforme lei do condómino. Mesmo assim, é
discutível a sua validade porquanto não existe nenhuma
lei que proíba a posse de animais, bem pelo contrário.
Se se deparar com esta situação e necessitar no nosso
apoio pode contactar por e–mail: lpda@lpda.pt ou
através do telefone 214581818 de 2ª a 6ª feira das 16
às 18,30 departamento jurídico. "

domingo, 23 de março de 2008

Proposta de lei A.P.O

Torres Vedras, 17 de Março de 2008-03-17

Exmos. Srs. os Nossos Melhores Cumprimentos.
Na sequência do anterior comunicado da Associação PitBull Oeste e de acordo com a sua Direcção e auscultação de alguns sócios e detentores de cães de raça potencialmente perigosa, a APO informa que elaborou o conjunto de propostas com vista a dar o seu contributo à realização de uma lei que seja sustentada e ajustada à realidade Portuguesa sobre a detenção e criação deste tipo de cães.
Conforme se pode constatar no texto abaixo, entedemos que o ónus sobre a reprodução, desenvolvimento e posse destes animais, deverá estar distruido entre diversas entidades: Criadores, Donos, Clubes de Raça, DGV (Direcção Geral de Veterinária) e as Autarquias/Juntas de Freguesia.
É nossa intenção apresentar este conjunto de propostas ao Ministério da Agricultura do Desenvolvimento Rural e das Pescas e ao CPC (Clube Português de Canicultura) conjuntamente com outras Associações / Clubes de raça uma vez que conforme temos referido, consideramos ser toda a importância a congregação de esforços e de ideias de todas as partes intervenientes.

Da responsabilidade dos criadores:

- Estarem devidamente registados nas Finanças como canicultores;

-Declarar junto das finanças as vendas de animais;

- Passar um recibo de venda a cada comprador;

-Ficarem responsáveis por só saírem cães do seu canil que:
· Estejam chipados;
· Vacinados;
· Seguro de Responsabilidade civil efectuado;
· Termo de responsabilidade devidamente assinado (reconhecido) e cópia de todos os documentos do futuro detentor do animal (BI, NIF, Registo Criminal, Comprovativo de morada);
· Não vender cães a individuos menores de idade e/ou que não reunam todas as condições a que a lei obriga;

- Acompanhar o desenvolvimento dos animais e as condições em que o mesmo se encontra;


Da responsabilidade dos donos:

-Facultar ao criador toda a informação (BI, NIF, Registo Criminal, Comprovativo de morada);

-Apresentar-se junto do clube da raça (ou outra entidade a definir) numa periodicidade minima semestral por forma a ser feita uma avaliação do binómio cão/dono e do seu comportamento;

- Providenciar ao animal todas as condições de saúde, salubridade, conforto e segurança;

Da responsabilidade dos Clubes da raça:

-Facultar toda a documentação aos criadores a quando do pedido de registo inicial;

-Quando o criador vende um cão e pede o registo final (L.O.P) tem que lhe ser enviado antes da entrega do cão, o termo de responsabilidade/contrato;

-Controlar as ninhadas de cada criador e não autorizar que cadelas tenham mais que uma ninhada/ano;

-Fornecer apoio logístico aos criadores (sócios);

-Criação de um registo interno cão/dono mapeado com o criador

- Acompanhar o desenvolvimento dos exemplares e das condições de criação de cada um dos canicultores;

- Avaliar através de provas de trabalho e de carácter/sociabilidade os exemplares que podem efectivamente ou não reproduzir-se;

- Criação de uma base de dados com testes da ADN dos reprodutores e dos cachorros a fim de ser evitada qualquer hipótese de fraude;

- Criar competências por forma a poder fazer testes de carácter e de sociabilidade;


Da responsabilidade da D.G.V e Autarquias/Juntas de Freguesia:

-Controlo de toda a documentação entregue pelos criadores, futuros donos e clubes da raça.

-Enviar dados fornecidos pelo criador/futuro dono para as juntas de freguesia onde o cachorro vai ser registado. (passando a junta/câmara a controlar esse cão/dono).

-Controlar os criadores de escada e multar de forma exemplar os "donos" e nunca os cães.

-Impedir que detentores de cães cujos animais já tenham tido incidentes, não devem poder ter novos exemplares;

Outras sugestões:

· Teste de sociabilidade para circular na via publica sem ancaime (mas sempre com trela, qualquer raça);
· Seguros de responsabilidade mais acessíveis a detentores que sujeitem os seus cães a testes de obediência (COB) e testes de Sociabilidade;
· Taxas municipais mais acessíveis a cães que sejam devidamente adestrados por um treinador certificado e que tenham obtido aprovação num teste de Sociabilidade e consequentemente mais dispendiosas a quem opte por não o fazer;
· Testes de aptidão fisica e psiquica a todos os que manifestem intenção de ter um exemplar de uma raça potencialmente perigosa (já legislado mas não é praticado);
· Dotar as autoridades de meios que lhes permitam uma fiscalização capaz a estes animais e aos seus detentores (verificação de documentação)
· A aplicação das novas regras relativas ao adestramento e testes de sociabilidade, devem ser aplicados apenas aos cães que nasçam a partir da data da aprovação da nova lei a fim de serem evitados os abandonos


A APO encontra-se disponível para discutir esta proposta e debater outras soluções ou sugestões com qualquer instituição, entidade ou pessoa singular em público ou em local a combinar.

Associação PitBull Oeste
“Não existem cães potencialmente perigosos, existem sim cães com muito potencial e com donos perigosos.”


Remeta por favor todas as suas questões e/comentários para o endereço de e-mail
apoeste@gmail.com ou através dos nºs 917393000 e 918863368

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

domingo, 19 de agosto de 2007

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Diário de um cão

O Diário de um Cão 1ª semana Hoje faz uma semana que nasci. Que alegria ter chegado a esse mundo!!!
1 mês Minha mamãe cuida muito bem de mim. É uma mãe exemplar.
2 meses Hoje me separaram de mamãe. Ela estava muito inquieta e com seus olhos me disse adeus como esperando que minha nova "família humana" cuidasse bem de mim, como ela havia feito.
4 meses Cresci muito rápido, tudo chama a minha atenção. Há várias crianças na casa que são como meus "irmãozinhos". Somos muito levados, eles me jogam uma bola e eu os mordo jogando. 5 meses Hoje me castigaram, minha dona se zangou porque fiz "pipi" dentro da casa...mas nunca me disseram onde eu deveria fazer. E como eu durmo lá dentro eu não me agüentei!!!
6 meses Sou um cão feliz. Tenho o calor de um lar, sinto-me seguro e protegido...Creio que minha família humana me ama muito. Quando estão comendo me convidam, o pátio é somente para mim e eu estou sempre cavando, como os meus antepassados lobos, quando escondiam a comida. Nunca me educam, seguramente porque nada faço de errado.
12 meses Hoje completei um ano. Sou um cão adulto e meus donos dizem que cresci mais do que eles esperavam. Que orgulhosos devem estar de mim!!!
13 meses Como me senti mal hoje. Meu "irmãozinho" tirou a minha bola. Como nunca pego seus brinquedos fui atrás dele e o mordi. Mas como meus dentes estão muito fortes, machuquei-o sem querer. Depois do susto me prenderam e quase não posso me mover para tomar um pouco de sol. Dizem que sou ingrato e que vão me deixar em observação (certamente não me vacinaram). Não entendo nada do que está acontecendo.
15 meses Tudo mudou. Vivo preso no pátio, numa corrente. Me sinto muito só. Minha família já não me quer. Às vezes esquecem que tenho fome e sede e quando chove não tenho teto que me cubra.
16 meses Hoje me tiraram da corrente. Pensei que tinham me perdoado e fiquei tão contente que dava saltos de alegria e meu rabo balançava. Parece que vou passear com eles. Subimos no carro e andamos um grande trecho quando pararam. Abriram a porta e eu desci correndo, feliz, crendo que era dia de passeio no campo. Não entendo porque fecharam a porta e se foram. "Esperem"!!! - lati..."esqueceram de mim...!!!". Corri atrás do carro com todas as minhas forças. Minha angústia aumentou ao perceber que o carro se afastava e eles não paravam. Tinham me abandonado.
17 meses Procurei, em vão, achar o caminho de volta à casa. Sentei-me no caminho, estou perdido e algumas pessoas de bom coração que me olham com tristeza e me dão algo de comer. Eu agradeço com um olhar do fundo de minha alma. Quisera que me adotassem, eu seria leal como ninguém. Porém eles apenas dizem: "- pobre cãozinho, deve estar perdido".
18 meses Outro dia passei por uma escola e vi muitas crianças e jovens como meus "irmãozinhos". Cheguei perto e um grupo deles, dando risadas, atirou-me uma chuva de pedras "para ver quem tinha melhor pontaria". Uma dessas pedras atingiu um dos meus olhos e desde então não enxergo com ele.
19 meses Parece mentira mas quando eu estava mais bonito as pessoas se compadeciam mais comigo. Agora que estou muito fraco, com um aspecto bem mudado pois perdi meu olho, as pessoas me tratam a pontapés quando pretendo deitar-me à sombra.
20 meses Quase não posso me mover. Hoje, ao atravessar a rua por onde passam os carros, um deles me atropelou. Pelo que sei, estava num lugar seguro chamado "sarjeta", mas nunca vou me esquecer do olhar de satisfação do motorista. Antes tivesse me matado, porém só me deslocou a cadeira. A dor é terrível, minhas patas traseiras não me respondem e com dificuldade me arrastei até uma moita fora da estrada. Já fazem 10 dias que estou em baixo de sol, chuva e frio, sem comer. Não posso me mover, a dor é insuportável. Sinto-me muito mal, estou num lugar úmido e parece que meu pêlo está caindo. Algumas pessoas passam e não me vêem. Outras dizem: "- não se aproxime". Já estou quase inconsciente, porém uma força estranha me fez abrir os olhos. A doçura de sua voz me fez reagir. "Pobre cãozinho, veja como te deixaram"- dizia. Junto a ela estava um senhor de roupa branca que começou a tocar-me e disse: "- Sinto muito senhora, mas esse cão já não tem remédio, o melhor é que deixe de sofrer". A gentil dama consentiu, com os olhos cheios de lágrimas. Como pude, mexi o rabo e olhei para ela agradecendo por me ajudar a descansar. Senti somente a picada da injeção e dormi para sempre, pensando em porque nasci, se ninguém me queria
Os animais não podem falar nem escrever . Precisam que voçê o faça por eles !

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Multas para cães perigosos sobem 30%

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KÁTIA CATULOAP (imagem)

A nova legislação sobre cães considerados potencialmente perigosos vai ficar mais apertada. A proposta de lei que será aprovada amanhã no Parlamento prevê que os proprietários de animais ditos ameaçadores sejam punidos tanto em casos de dolo como de negligência. Esta é apenas umas das alterações incluída na proposta conjunta do PS e do CDS/PP que será hoje discutida na Comissão de Assuntos Constitucionais."Até agora, a legislação só punia o dono no caso deste incitar o animal a atacar. A nossa proposta prevê que as contra-ordenações possam ser também aplicadas sempre que fique provado que o descuido dos proprietários esteve na origem da agressão", explica o deputado centrista Nuno Magalhães.A fiscalização, por seu turno, contará com novos aliados: além dos agentes da PSP também os técnicos da DGV poderão sancionar os infractores. E as coimas sofrerão um agravamento de 30% no caso de o dono do animal ser reincidente. Quem for apanhado pela segunda vez a circular com os animais sem trela, açaime ou identificação electrónica arrisca-se a uma sansão que poderá ir até 4990 euros no caso de pessoas singulares e cinco mil euros quando se trata de pessoas colectivas.As limitações não ficam por aqui. Tanto os proprietários como os criadores terão de sujeitar-se a exames de aptidão física e psíquica, que comprovem a sua capacidade para cuidar de um animal considerado perigoso. Por outro lado, a comercialização e publicidade destes animais ficará mais restrita. A venda dos cães só será possível se o animal tiver identificação electrónica e o seu vendedor informar o cliente sobre todas as características do animal. A criação e reprodução destes animais obedecerá também a novas regras: "Os criadores só poderão exercer a sua actividade mediante uma licença emitida pela Direcção-Geral de Veterinária (DGV), que obriga a indicar a espécie, a raça ou o cruzamento de raças, o número de animais vendidos, bem como o respectivo historial e a referência que permite a identificação electrónica do animal", esclarece, Rosa Albernaz, a deputada socialista que também elaborou este projecto.A publicidade nos classificados dos jornais passará a ser "totalmente proibida", adverte Albernaz. A alteração partiu de uma recomendação da Liga Portuguesa dos Animais que pretende evitar a venda clandestina destes animais: "Geralmente, os anúncios colocados na imprensa destinam-se a cruzamento de raças com intuito de tornar o cão perigoso."

As lutas de cães implicam sofrimento.

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http://www.youtube.com/watch?v=IgK7K-NzWRQ


"Os animais lutam desde o tempo dos reis. Antes ainda era mais ou menos compreensível pois não se tinha a mentalidade de hoje. Mas nós no século XXI ainda fazemos os animais sofrer com a mentalidade que temos? É incompreensível. O que eu penso é que as pessoas que fazem os animais lutar são uns autênticos anormais, pois não devem saber que fazem os mesmos sofrer.



O Pit Bull é a raça mais usada nessas lutas clandestinas por causa da força. Esta raça aumenta no Verão porque é nessa época que eles são mais usados em lutas. Com a presença dos imigrantes portugueses no espectáculo que às vezes só acabam quando os lutadores morrem ou desistem. Essas lutas são feitas em campos de futebol, em espaços fechados - em garagens abandonadas são feitas essas lutas com muitas raças de cães que são realizadas em qualquer país mas nomeadamente em Amadora. As apostas são: 500 euros no Inverno e 2500 euros no Verão. Há pessoas que roubam cães para este tipo de lutas.
Os cães são ensinados a lutar, ferrar, etc.…Os cães que são usados para lutas e quando usados precisam de um mês para recuperarem as suas forças. Força, agilidade e rapidez são as destrezas fundamentais que um cão precisa para fazer um bom combate. Às vezes um golpe pode ser mortal, esse cão tem que ser rapidamente assistido por um veterinário.






São proibidas a violência injustificada, tais como os actos de infligir a morte, o sofrimento cruel e prolongado ou grave dos animais.
Utilizar animais em treinos de experiências ou divertimento consiste em confronto dos animais uns contra os outros
Esta prática clandestina, com apostas, prolifera em todo o País, e processa-se em bairros perigosos, onde a própria policia tem receio de actuar. Estes animais treinados tentaram mesmo atacar as forças da polícia e da ordem
De referir que estes animais treinam sobre outros animais de estimação, para com eles poderem praticar o combate. Só no prazo de dois meses desapareceram em Sintra mais de duas dezenas de animais de companhia, alguns deles apareceram com graves feridas de maxilares. São cada vez mais as queixas que chegam às Associações e até à policia Judiciária.
Se gostas de animais sê contra esta prática cruel que enquanto seres civilizados a todos nos envergonha.







Neste blog vê-se das maiores crueldades que se podem fazer a estes animais.

Atenção que contem imagens muito chocantes


Edgar Loreti diz:


A minha opinião acerca deste assunto é de que meter cães em lutas é um desrespeito enrorme para um animal que foi apelidado de "melhor amigo do homem".


Um acto cruel e desumano em que o homem mostra uma vez mais que é um ser sem principios e que utiliza todos os meios para se afirmar, mesmo que para isso tenha que passar por cima de tudo e todos.


Fala-se que as lutas só são praticadas por pessoas de classe baixa e de bairros problematicos, mas a verdade é que os meninos ricos e gente de bem e com muito dinheiro tambem as praticam.

Está na hora de quem manda fazer alguma coisa a este nivel.

terça-feira, 3 de julho de 2007

A cadela altruísta


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Renato Sabbatini
Recentemente a mídia fez um enorme estardalhaço em torno de uma cadela que salvou uma criança de um ataque de cães pitbull, envolvendo-se na briga e desviando a atenção dos atacantes. Na confusão, ficou ferida e ao mesmo tempo virou celebridade nacional. Até mesmo quando teve que ser operada, dias depois, a tevê deu-lhe mais atenção do que à queda do dólar, por exemplo.
As pessoas se emocionaram, gastaram-se rios de tinta louvando e discutindo a "valentia" e as motivações da cadelinha. Seu "gesto" de altruísmo foi discutido à náusea, em um país que, atolado em corrupções e desgraças urbanas e no espectro da ruina econômica, precisa desesperadamente de exemplos de bom caráter e de otimismo. Pena que tenha vindo de um animal assim chamado irracional…
Eu mesmo acabei me envolvendo no argumento. Ao dar uma entrevista em um programa de notícias do canal regional de tevê sobre o tema das emoções dos animais, as linhas telefônicas da transmissora ficaram assoberbadas com as perguntas de dezenas de leitores curiosos, 99% dos quais eram donos de cães, que, sem dúvida, são os animais mais próximos do homem, e que mais inspiram a impressão de que eles têm emoções e sentimentos iguais aos nossos. A isso os cientistas dão o complicado nome de "antropomorfização". Entre perguntas do tipo "meu cão morde muito o rabo, será que ele está estressado?", ou "desde que me filhinha nasceu ele ficou muito agressivo comigo, será que está com ciúmes?", evidentemente vieram várias sobre a cadela altruísta.
Infelizmente, acho que decepcionei os bons sentimentos de muitos com minha resposta. Não existem evidências de que um cão seja capaz de altruísmo, apesar dos milhares de filmes do Rin-Tin-Tin e do depoimento de muitos donos de cães que foram defendidos por eles em situações perigosas. Pelo menos não do altruísmo humano como o conhecemos, ou seja, do auto-sacrificio em favor de outro ser humano. Em sociobiologia, que é a ciência que estuda as bases biológicas do comportamento social, o termo altruísmo é usado em outro contexto, menos emocional. É apenas o rótulo que se dá a um tipo de comportamento social muito comum em todo o reino animal. As formigas e as abelhas, por exemplo, têm diversos comportamentos em que membros da espécie se matam para defender o grupo social ou um de seus integrantes, como a rainha. Pouca gente acha que formigas tenham emoções semelhantes às humanas…
Em todos os outros animais sociais, dos peixes e aves aos vertebrados superiores, a seleção natural desenvolveu algum tipo de comportamento de auto-sacrifício ou de defesa por outros membros da mesma espécie. Isso faz sentido do ponto de vista genético: se eu defendo contra a morte os outros membros da minha espécie, eu estou ajudando a preservar os genes que tenho em comum com eles, e portanto, em última análise, a sobrevivência da espécie a longo prazo. O comportamento de defesa da mãe em relação à sua prole é um dos mais evidentes, estando a literatura cheia de exemplos "emocionantes" de fatos desse tipo (aliás, notem que a cadelinha altruísta do Rio de Janeiro tinha parido recentemente e estava amamentando os filhotes quando se deu o fato. Portanto, é provável que ela estivesse agindo em defesa deles, e não da criança que foi atacada. Coincidências como essa costumam ser interpretadas pelos seres humanos de uma forma aparentemente irreal…)
Mas existem muitos casos inegáveis de defesa do dono por um cão. Várias raças de cães foram selecionadas para esse fim específico, inclusive (os cães pastores, por exemplo). Que os cães têm emoções muito semelhantes às nossas também é coisa conhecida de todo mundo: quem tem um cachorro sabe muito bem disso, e é capaz de jurar que eles "sentem" raiva, dor, medo, alegria, amor, ciúmes, culpa, arrependimento, etc. Minha prima, por exemplo, tem um vivaz poodle que parece dar risada quando ela pede, apesar desta expressão facial (e sua emoção acompanhante) reconhecidamente não fazerem parte do repertório emocional do Canis familiaris.
Os cientistas já são mais céticos. O que pode parecer um sentimento humano na superfície, por sua similaridade, pode ter outras explicações biológicas. O gesto de abanar o rabo, por exemplo, que muita gente interpreta como sinal de alegria do cão ao ver o dono, é simplesmente um ato instintivo que tem como objetivo espalhar no ar o cheiro característico de um animal para que seus companheiros o reconheçam como membro da matilha (ferormônio social), produzido por uma glândula situada na base da cauda do cão!
O cão doméstico se originou historicamente dos lobos, que são, como todos os canídeos, animais extremamente sociais, que caçam e vivem em grupo, em uma complexa teia de relações e comportamentos. Portanto, herdou de seus antepassados todos esses comportamentos, alguns dos quais são típicos de um animal subordinado ao líder da matilha. O austríaco Konrad Lorenz, um etologista (estudioso do comportamento animal) e ganhador do prêmio Nobel, escreveu um livro interessantíssimo, intitulado "Und So Kam der Mensch Auf Der Hund" ("E Assim o Homem Encontrou o Cão"), em que ele apresenta a tese de que o cão, ao ser domesticado, adotou o ser humano como o seu líder de matilha. Dai decorre o fato dele dirigir ao seu dono numerosos comportamentos característicos desse relacionamento, como virar de barriga para cima "pedindo cafuné" (é um gesto de submissão entre os lobos, que consiste em expor a parte inferior do corpo e a garganta para o dominante, com o intuito de inibir possíveis agressões), abaixar o focinho e esticar as pernas dianteiras, como que "prestando obediência" (outro gesto de submissão, feito no início de uma caçada), e vários outros. O próprio comportamento de defesa do dono pode ser interpretado à essa luz, e não à de um possível altruísmo, pois é uma coisa muito comum na Natureza em todos os animais sociais a defesa do grupo contra inimigos externos, particularmente contra outras espécies predadoras e intrusos no ambiente social.
Portanto, precisamos ser muito cuidadosos ao atribuir sentimentos e emoções humanas aos animais. Podemos estar enganados e ficar discutindo e louvando coisas que não são bem aquilo o que aparentam. A ciência aceita que os animais tenham emoções, pois seria um absurdo que nós, que somos relacionados geneticamente a uma ampla árvore evolutiva de animais, sejamos os únicos a tê-los. Mas uma coisa é o comportamento emocional, como o dos cães, e outra é o sentimento dessas mesmas emoções. Nós nunca saberemos se o que eles sentem é igual ou parecido ao que sentimos, pois não temos como perguntar isso a eles. Aliás, não sabemos ao certo nem se uma outra pessoa sente a mesma emoção que sentimos, apesar de nossa capacidade de introspeção (exame de nossa própria psique) e capacidade de comunicação abstrata!
Para quem quiser ler mais sobre o assunto, o autor Jeffrey Masson, um ex-psicanalista americano, escreveu um best-seller, "Quando os Elefantes Choram", e que foi traduzido recentemente pela Geração Editorial (eu participei como consultor especialista na revisão da tradução do livro). Nele, Masson postula de forma bastante forçada que as emoções, tanto expressas quanto sentidas, existem em todo o reino animal, e que isso poderia ser a base de um novo "humanismo" e respeito aos direitos animais. Ele força muito a barra em seus argumentos, tendo sido atacado pelos etologistas por isso, mas não deixa de ser interessante, principalmente pelos coloridos e emocionantes exemplos que cita.


Publicado em: Jornal Correio Popular, Campinas, 19/03/1999.
Autor: Email: sabbatin@nib.unicamp.br


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O que um cachorro precisa para ser feliz?

Muita gente pensa que para um cachorro ser feliz basta dar água, comida e um pouco de carinho. No entanto é um pouco mais do que isto!
No início parecia fácil desenvolver este texto. Só seria necessário observar alguns clientes, cães de vizinhos, etc.. Depois estudar um pouco, trocar idéias com o Bud (meu border-lata) e passar para o papel. Ou melhor, para a tela do computador.
Casa, comida e roupa lavada? Definitivamente não. Isso só funciona na televisão e nos filmes. Ah, e para humanos, não animais. Se não fosse exagero, até diria que para eles é o contrário. Bem, nem tanto ao céu, nem à terra. O que eu quis dizer é que já vi muito "cachorro de madame" com uma casa maravilhosa, ração de qualidade, espaço e tudo o mais que, teoricamente, o cão precisaria para se contentar, e este cão parecer muito insatisfeito, é considerado apenas mais um enfeite de luxo na casa. Ao passo que dificilmente vemos um cachorro de um catador de papéis, ou mesmo morador de rua, triste. Eles andam sempre com seus donos, perambulando e com a cauda alta e feliz.
Ao perceber isso meu pensamento se transformou numa sucessão de perguntas, mas considerei a mais importante "o que NÓS precisamos para ser feliz?" Cada um de nós é um ser diferente, com necessidades diferentes. Algo que me deixa muito feliz pode ser totalmente indiferente para outra pessoa. Com os cães é quase a mesma coisa, mas sem dúvida, a única coisa que é igual em termos de felicidade para um cão é ter companhia. Ou seja, alguns gostam mais de petiscos, outros de brinquedos, outros de palmas, mas o que todos gostam com certeza é companhia. Claro que isso só não basta.
Resolvi colocar palavras importantes para o cão, para tentarmos colocar essas palavras na prática e não apenas na teoria. São necessidades, na sua maioria DIÁRIAS, do seu peludo.
CHEIROS – O cachorro se utiliza deste artifício para conhecer tudo que o envolve e ao ambiente. Enquanto o ser humano tem cerca de 5 milhões de células olfativas, o cachorro possui 220 milhões de “receptores de cheiro” (“The Dog’s Mind” de Bruce Fogle - pág. 35). Através do cheiro que o cachorro deixa pelo caminho no xixi, o próximo peludo que por lá passar vai saber todas as características do anterior, como idade, sexo, tamanho. Digamos que o cheiro é algo como o RG do animal. Por isso, donos e donas conscientes, não se envergonhem quando seus cachorros se encontrarem pela rua e um começar a cheirar o bumbum do outro. Nada de puxar a guia dando bronca, eles estão apenas se conhecendo, pois nesse lugar existe uma glândula que os apresenta pelo cheiro. Esta cheirada deles seria considerada o nosso aperto de mãos.
CAMINHADAS – Também conhecidas por passeios, é essencial para a socialização, saúde e tudo mais de positivo que seu cachorro possa precisar. De preferência técnica utilizada com alguns acessórios como coleira, guia e saquinho de catar cocô. Os passeios diários com seu animal podem se transformar numa incrível fonte de prazer, pois através desses passeios você conhece melhor seus vizinhos, acaba conhecendo gente interessante na rua, faz amizades mais facilmente, talvez até arranje um namorado novo – que gosta de cachorro - e assim por diante. Eu costumo dizer que o melhor disso tudo é que a preguiça ficou mais de lado. Agora eu faço o que tiver que fazer num raio de aproximadamente 3 quilômetros com meu cachorro a pé. Antes ia até a esquina de carro. Minha saúde (e barriga) agradecem. Outro fator muito importante é que com passeios freqüentes, o cachorro não cria aquela neurose de latir pra qualquer coisa, não fica com medo de barulhos diferentes, se acostuma a todos os tipos de estímulos externos sem traumas.
COMIDA – Bem, o seu peludo vai comer a ração que você fornecer e mais tudo que ele conseguir roubar, como as tiras do chinelo, o plástico que envolvia aquela carne, meias recentemente utilizadas, etc. Ok, é brincadeira, mas se transforma num assunto sério quando em exagero. Já vi um Bull Terrier (né, Nicolau?) que teve que fazer uma cirurgia e o veterinário tirou coisas inacreditáveis do estômago dele. Imagino que qualquer outra raça teria morrido nessas circunstâncias. Mas é vital uma ração de boa qualidade, assim como a quantidade certa descrita na embalagem. Às vezes nos assustamos com o preço de rações super premium, mas se compararmos custo / benefício veremos que vale a pena. Em primeiro lugar a quantidade utilizada é bem menor. Em segundo, você vai perceber a diferença na pelagem, na saúde e principalmente e mais perceptível, nas fezes, menores e com intervalos de tempo maiores. Isso ocorre porque o cachorro absorve melhor os nutrientes dessa linha de ração.
Não coloque alimento de gente misturado na ração, a não ser que o veterinário mande. Existem alimentos para o nosso consumo que os animais não conseguem digerir direito, causando aquelas fezes moles e problemas estomacais. Por exemplo, o chocolate tem uma substância altamente tóxica para cães. Tudo bem, conheço cachorro que come chocolate todo dia, por mais que eu peça para pararem de dar, e o cachorro continua por aqui. Um dia ele morre, do nada, simplesmente morre. Efeito final da tal toxina. Cebola também deve ser evitada.
DESCANSO – Um filhote precisa dormir em média 17 horas por dia. Após as brincadeiras o descanso é fundamental para o cão. Após longas caminhadas também. Devemos respeitar a hora do ronco dos cães, para nossa própria segurança. Os cães, diferente do que muita gente pensa, sonham. Normalmente esses sonhos são com caça e caçadores, presas, brincadeiras e coisas do dia-a-dia do animal. Já vi acontecer do cachorro dormir, provavelmente sonhar que estava sendo perseguido ou estava perseguindo algo, e o dono desavisado resolver incomodar o animal naquela hora. O dono tomou uma mordida que deu pena, mas não foi por maldade do cão, era como se o sonho estivesse acontecendo. Quantas vezes já vimos crianças fazerem xixi na cama por sonharem que estavam fazendo xixi. E comigo já aconteceu de um dia, quando pequena, meu pai me acordar atrasada para escola, batendo forte na porta. Na hora comecei a sonhar com guerra e as batidas se misturaram com metralhadoras. . . Perdi a hora, claro. Bem, o descanso do Totó faz parte de seu bem-estar e da sua saúde. Vamos deixá-los dormir o sono dos justos.
SUSTOS LEGAIS – Geralmente o peludo adora espantar pássaros ou qualquer outro ser miniaturizado que se manifeste de maneira esquisita quando chega correndo perto dele.
RECOMPENSA – Sempre que o seu cão fizer algo legal, recompense-o no momento exato. O cão não sabe o que é certo ou errado, mas sabe que se for recompensado é porque é a coisa certa a ser feita. Tudo que ele quer é agradar ao dono, apenas mostre a ele como fazer isso. Como? Carinho, petisco e demonstrações de afeto em geral. Eles adoram receber presentes desse tipo.
BUSCAR COISAS – Tudo que meu dono jogar, inclusive a roupa suja no cesto e as meias novas. É sério, depois que um cachorro aprende a buscar as coisas vocês terão diversão garantida por horas a fio. Bolinhas e brinquedos menores são geralmente os preferidos.
SER – Ser cuidado, ser tratado, ser alimentado, ser acompanhado, ser o cachorro dos seus sonhos, ser o centro das atenções. O animal adora ser e estar, participando de tudo que rola ao seu redor, fazendo parte da matilha (sim, humanos, somos a matilha). Essa é com certeza uma maneira de deixar o cão feliz, deixá-lo nos acompanhar nos eventos do dia-a-dia como levar as crianças pra escola, ir buscar, comprar o pão de manhã, levar nas atividades da família à tarde, etc.
ESTAR – Estando na companhia das pessoas que ele confia. . . Ele está feliz.
O que o faz muito mais feliz ? Ser tratado como cachorro, ou seja, um animal muito sociável, que faz parte de uma matilha – sua família – e precisa de uma hierarquia para entender as regras básicas de sobrevivência na sua casa. Quando ele define quem é o líder – faça o possível e o impossível para ser você, mas com justiça, não violência – a vida em família/matilha, fica super tranqüila.
Para entender o cachorro temos que tentar pensar como ele. Ele gosta de coisas diferentes de você, assim, respeite suas necessidades de cachorro, sua forma de pensar, de agir, de se alimentar. Quando você começa a entender o que seu cachorro espera de você, tudo fica mais fácil e gostoso.
O treinamento básico é fundamental para estimular e melhorar o relacionamento entre os donos e seus cães. Claro que sempre com a participação efetiva do dono. O treinamento com carinho, recompensa e participação do dono não tem como dar errado, e o cachorro fica super feliz de poder demonstrar pro dono que o entende e obedece. Acima de tudo ele o respeita por amor, não por medo. Depois de um treinamento básico vocês se entendem muito melhor, e o relacionamento fica cada dia mais gostoso. Vocês abrem uma linha de comunicação mútua, aumentando sempre a confiança de um no outro. Quando existir essa comunicação, tudo fica mais fácil.
Seja um dono justo para o seu cão. Quando você briga com ele por um motivo real, ele entende e não fica chateado com o dono. Ele descobre que errou e, se for repreendido da maneira correta, no momento certo, vai tentar acertar na próxima. Da mesma maneira, não esqueça de elogiar bastante sempre que possível. Isso fará de você o dono que ele espera, aceita, respeita e ama como líder.
Passeios, brincadeiras e exercícios devem fazer parte da rotina do animal. A rotina é outra coisa que para nós pode incomodar, mas para o seu cão significa a segurança que ele precisa. Uma rotina definida faz um cachorro feliz, e mudar a rotina é muitas vezes motivo de stress.
AMOR – Essa talvez seja a palavra-chave, a mais importante na vida de um cão. Ele nos dá o amor na sua forma mais pura. Se você for um dono responsável, carinhoso, justo e que transmite confiança ao seu animal, terá como retorno a forma mais linda e incondicional de amor, o amor de um cão, onde basta amar para ser amado. Nós da Lord Cão costumamos dizer que cachorro cansado é cachorro feliz. Curta ao máximo a companhia maravilhosa de um cão saudável e feliz. Assim você será feliz junto com ele.



Sheila Niski - especializada em comportamento canino.Tels. (11) 5096-1056 / 9195-0766mailto:niski@terra.com.br
Vida de cão...www.vidadecao.com.br

quinta-feira, 28 de junho de 2007

American Pit Bull Terrier

O termo "Bulldog" é conhecido desde o século XVI. Eram cães molossóides, extremamente rústicos, leais e destemidos utilizados principalmente no trabalho e na guarda de fazendas, pois enfrentavam sem problemas animais maiores, como os touros.
Estes cães, os antigos Bulldogs Ingleses (Pugnasses Britanniae) são os antepassados do Pit Bull que começou a ser desenvolvido no século XVII por pequenos agricultores, operários, e principalmente açougueiros que cruzaram este cão com Terriers, que são cães extremamente resistentes e destemidos, pois introduziam-se no terreno da presa, chegando a caçá-los dentro de suas tocas.
O objetivo era diminuir o tamanho do cão, conferindo-lhe mais agilidade sem prejuízo da força, tenacidade, resistência e ferocidade. Surgiu assim o "Bull and Terrier", criado originalmente para trabalho árduo nas fazendas.
Na época era comum na Inglaterra o Bull Baiting (luta de cães e touros) e o Bear Baiting (luta de cães com ursos), e foi nessas arenas que desenvolveu-se o Pit Bull, cães extremamente agressivos com outros animais, porém dóceis com pessoas e rigorosamente leais ao dono.
Na época selecionavam-se matrizes e padreadores considerando-se unicamente as seguintes características: a) docilidade com pessoas, pois o cão jamais poderia atacar o juiz nem qualquer pessoa na arena; b) a resistência física e determinação, pois o combate as vezes eram demorados; c) mordida pesada e resistência à dor, por motivos óbvios.
Daí a grande diversidade de tipos físicos do Pit Bull, as variações de pesos e tamanhos principalmente, recentemente é que começou a busca dos criadores pela homogeneidade física, conservando as demais características, substituindo a ferocidade pelo "gameness", visto que o Pit Bull é hoje em dia um cão atleta.
Em 1835 a Igreja, representada pelo Rev. Dr. Barry, força a criação do "Ato de Crueldade contra Animais", visto que nessas rinhas eram praticados atos de extrema crueldade com todos os animais envolvidos, sem exceção.
O Parlamento Britânico finalmente decreta ilegal a prática de Bull Baiting e Bear Baiting. Mas as rinhas entre cães continuaram, na clandestinidade...
Em meados de 1870 o Pit Bull desembarcou na América como o melhor guardião e cão de fazenda para trabalhar com gado. Ainda no século XVIII a UKC (United Kennel Club) reconheceu essa raça como "American Pit Bull Terrier". Em 1908 surge a ADBA (American Dog Breeders Association) que registrava exclusivamente o American Pit Bull Terrier, e em 1932 a AKC (American Kennel Club) começou a registrar alguns Pit Bulls como "American Staffordshire Terrier".
A rinha entre Pit Bulls continuou popular nos EUA até o fim dos anos 70. O Pit Bull passou a ser usado então em diversas modalidades de "game dog", revelando-se o melhor cão para isto. Começou a ser criado no Brasil com o objetivo de destacar-se no "game dog", sendo hoje também utilizados para guarda e companhia, e até em operações de busca e salvamento.
Infelizmente hoje no Brasil, o modismo e o efeito popular da criação, ou seja, cães criados por amadores ávidos por lucro imediato (alguns chegam a cruzar animais doentes ou mestiços) resulta em exemplares de má qualidade.
Assim, procure adquirir seu filhote num bom canil, preferindo pedigrees com árvore genealógica antiga. Se você procura um legítimo Pit Bull não se iluda com a "oportunidade" de comprar um cão barato. Exija contrato e garantia de saúde, pois o Pit Bull é o máximo que um cachorro pode ser.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

O 1º Foi o lobo




Os nossos cães têm como bisavô o lobo. Alguns cães atacam pessoas, os lobos não! Quem acredita no "Lobo Mau" pode acreditar também em chapeuzinho vermelho e nos três porquinhos. Nos últimos anos foi provado por muitos cientistas do mundo inteiro que as histórias do "Lobo Mau" foram inventadas.Podemos imaginar que um dia um homem peludo achou um filhotinho de um lobo e o levou para casa, talvez pensando em matá-lo mais tarde para enriquecer a refeição da tribo. Mas mulheres e crianças mimaram este bichinho, que acabou crescendo, e mais tarde defendeu a caverna dos animais selvagens. Assim ele escapou da panela.Outros antepassados acharam um lobinho e descobriram que ele podia ajudar a caçar os animais que serviam para sua alimentação. E assim começou a criação dos cães. Muito mais tarde foram criadas várias raças, conforme as necessidades dos homens. "Quer comer? - Vá trabalhar!" Esta lei passou a valer para humanos e caninos. Os cães todos tinham profissões para as quais foram criados e sustentados. O lobo é um animal tímido, que caça galinhas, ovelhas, vacas e cavalos, mas que nunca atacou um ser humano, a não ser em legítima defesa. O lobo não chega perto dos humanos. Antes disso ele põe o rabo entre as pernas e foge! O lobo habita o hemisfério norte. O lobo-guará não é um lobo! Ele não caça correndo. O lobo-guará é uma espécie de raposa que come animais menores, como galinhas, sapos etc. Ele tem as pernas longas para olhar por cima do capim alto dos campos onde vive. Mas dizem que ele é perigoso, e muitas pessoas acreditam que a sua pata traz sorte. Para ele com certeza não, pois este animal maravilhoso e elegante está em extinção!

O Estudo de comportamento animal na Homeopatia 2

O estudo de comportamento animal na Homeopatia 2
Há algum tempo venho me perguntando porque não se estuda comportamento animal neste curso. Será que isso é relevante diante das mais sérias patologias, daquelas lesões de pele maravilhosas, daquele sintoma raro, estranho e peculiar que nos remete, quase que imediatamente, àquele medicamento dito como "de fundo".
Será que isso basta?
Eu particularmente acho que não.
O Bem- Estar dos cães está intimamente relacionado ao conhecimento do comportamento de matilha, o que infelizmente não nos é ensinado em lugar algum. Acredito que seja responsabilidade do veterinário ter este conhecimento para poder transmiti-lo aos proprietários e orientá-los durante todo o desenvolvimento do animal.
Sem este conhecimento quanto tempo se perde tentando de todas as maneira achar o medicamento mais apropriado para o Totó, que resolveu de uma hora para outra ter vontade própria e morder o seu amado dono quando ele tenta dormir na sua própria cama. Quantas receitas ainda serão feitas de Lyc para alguns destes casos e de quanto será o nosso acerto? Sempre me pergunto se a homeopatia é mesma soberana. Será que o medicamento sozinho vai segurar este tipo de agressividade quando todas as atitudes que o dono é a de demonstrar que o cão é o líder da matilha? Será que só o medicamento adianta quando o dono deixa este animal fazer o que quer? Os cães em particular são mestres no que diz respeito fazer leitura corporal, sabem com antecedência se com a nossa chegada vem um afago ou uma bronca. Ele não sabe que fez coisa errada como todos dizem. Não são capazes de correlacionar as atitudes como nós, mas são hábeis como ninguém nessa leitura.
É interessante ter o conhecimento de que existem vários tipos de agressividade e de que elas podem requerer manejos e tratamentos totalmente diferentes. Sem o conhecimento prévio do comportamento normal para a espécie em questão a consulta se perde em devaneios. Ele é agressivo e ponto. Como então medicar? É agressivo porque o dono é um banana ou porque quando faz algo errado você lhe dá um tapa. Será que num caso de agressividade por medo o animal está realmente errado? Lógico que não, a não ser que ele demonstre agressividade por medo de situações ridículas. Aí sim, entra o nosso tratamento, a nossa busca pelo simillimum, a nossa vontade de prescrever com bom senso.
Um animal hiperativo, que vive confinado num apartamento e que passa o dia inteiro sozinho precisa de medicação ou de atividade física, de conTATO com o mundo lá fora?
Eu levei muito tempo correndo atrás de algumas destas respostas e delas surgiram várias outras... A minha vida profissional mudou quando entrei neste universo tão rico e tão simples. Quando aprendemos a nos comunicar com a espécie que estamos nos dispondo a tratar tudo é mais fácil e muito mais gostoso. Além dos resultados serem muito melhores.
Eu espero que se tenha vontade de modificar isso e que se entenda do quanto este conhecimento é necessário para se clinicar. Assim quem sabe, em breve, o Brasil consiga chegar próximo aos outros países no que diz respeito ao Bem –Estar de todos os envolvidos
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Dra. Fernanda PecoraroHomeopatia, Creche e Recreação para cães (day care), Orientações comportamentais.
fepecoraro@uol.com.br
R. Campos do Jordão, 47 CEP 05516-040F: 3722-4636

O estudo de comportamento animal na Homeopatia

O estudo de comportamento animal na Homeopatia
Há algum tempo venho me perguntando porque não se estuda comportamento animal em um curso de homeopatia. Será que isso é relevante diante das mais sérias patologias, daquelas lesões de pele maravilhosas, daquele sintoma raro, estranho e peculiar que nos remete, quase que imediatamente, àquele medicamento dito como "de fundo". Será que isso basta? Eu particularmente acho que não. O Bem- Estar dos animais está intimamente relacionado ao conhecimento do comportamento de matilha, o que infelizmente não nos é ensinado em lugar algum. Acredito que seja responsabilidade do veterinário ter este conhecimento para poder transmiti-lo aos proprietários e orientá-los durante todo o desenvolvimento do animal.
Sem este conhecimento como podemos explicar o comportamento de um macho, da espécie canina, que levanta a pata para urinar? Por que ele levanta a pata? Por que escolhe locais específicos? Por que ele urina aos poucos? Qual a função disso? Será que isso é sintoma?
Quando nós, profissionais desta área, compreendermos que este mecanismo é desencadeado por um estímulo sinalizador como o odor de urina deixado por outro animal (estímulo ambiental) ou pela distensão da bexiga. Que este comportamento aparece quando o animal atinge a maturidade sexual e observa os outros cães levantarem a pata para urinar. Que a função deste ato é a de demarcar o território e que a comunicação está por trás de tudo isso e é o fator mais importante. Fica fácil entendermos que a urina ali, naquele cantinho do sofá, quer dizer que "este espaço já tem dono!". Que isto é um padrão de comunicação dentro da espécie e que não podemos, de forma alguma, considerar como um sintoma ou um problema. Os proprietários não gostam e não entendem este mecanismo quando ele acontece em algum local inadequado para nós humanos, só aceitam quando ocorre em alguma árvore durante um passeio, por exemplo.
Porém, se nós tivermos conhecimento do comportamento, de como estes animais vivem em matilha, o que quer dizer "viver em matilha" e o que é ser dominante, podemos então, ir mais adiante...
Quando um cachorro é mimado, tem tudo do bom e do melhor, faz o que quer dentro de casa, manda e desmanda no dono, existe uma probabilidade altíssima dele começar a marcar território. Com isso ele quer dizer que é o líder, que ele manda e que este território é dele! Como inibir este comportamento? Sendo você (proprietário) o líder desta matilha!
Agora vamos para um outro comportamento que envolve o ato de urinar. O proprietário ao chegar em casa é recepcionado pelo cachorro, que faz a maior festa, urina e vira de barriga para cima: "Toda vez que eu chego em casa, ela urina por todo canto fazendo festa, é sempre assim". Podemos pensar numa cistite, em alguma falta de controle do esfíncter ou algo do gênero se formos leigos em comportamento. Por isso, é imprescindível o conhecimento prévio da vida em matilha como um todo. As nossas atitudes devem ser diferentes para cada caso. Neste último, o animal está urinando por submissão e não por dominância. Deve ser tratado com muito carinho e deve ser incentivado através de algumas técnicas, que não vem ao caso neste artigo, a ter mais confiança em si mesmo. A pior maneira de lidar com o problema é gritar com este cão ou dar uma surra nele. Se alguma vez ele fizer algo errado, a bronca não precisa ser uma BRONCA, mas uma bronquinha. O ato de urinar por medo passa a ser um sinalizador e quer dizer o oposto da 1ª situação. Ele já está mostrando sinais de submissão e, se você gritar, isso significará que a mensagem que ele transmitiu ainda não está clara. Isso o levará a urinar mais ainda ou a sair correndo...
Será que todos os veterinários estão aptos a diferenciar estas duas situações? Será que entender porque estes comportamentos ocorrem não é necessário mesmo para se clinicar? Quanto tempo o país ainda vai levar para dar valor ao comportamento? Infelizmente falta vontade e entendimento do quanto isso é importante para o Bem- Estar de todos nós
!

Dra. Fernanda PecoraroHomeopatia, Creche e Recreação para cães (day care), Orientações comportamentais.
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R. Campos do Jordão, 47 CEP 05516-040F: 3722-4636

Homeopatia Veterinária

A saúde do seu pet depende de você!A homeopatia identifica e trata a causa das doenças e não simplesmente alivia a dor de um mal. É a cura de dentro para fora, onde é equilibrado o organismo do animal, levando todos os órgãos a funcionar corretamente, gerando mais saúde para ele. A doença, no entanto, pode decorrer do convívio com os humanos. Ou seja, a maneira como os donos cuidam de seus amigos de estimação pode influenciar diretamente o aparecimento de doenças.Os medicamentos homeopáticos são feitos de plantas, animais e minerais. Como exemplo existe remédio de homeopatia que é feito de uma flor, outro que é feito através de uma barata (remédio para asma), abelha (reumatismo e doenças inflamatórias) e do reino mineral (ouro, platina, ferro).Segundo o médico veterinário homeopata Elias Carlos Zobby, as doenças têm início na mente. Ao chegar um animal em sua clínica, o primeiro a se fazer é conhecer a realidade em que ele vive, desde o seu ambiente e alimentação até os cuidados e atividades de lazer.Em se tratando de lazer, ou melhor, da falta dele, o veterinário salienta que o tédio é a causa principal das doenças de pele em animais. Ele também cita outras doenças como a úlcera gástrica que se origina do nervosismo e do estresse e as do fígado que podem surgir a partir de distúrbios afetivos profundos, como o ódio.Confira algumas dicas que podem diminuir as chances de seu pet ter uma doença:
-Dê uma função ao seu cão: brinque com ele e promova um desafio. A repetição é a melhor maneira dele assimilar o seu comando;
-A natureza da ave é voar livremente, porém se você tem uma em casa, coloque na sua gaiola brinquedinhos como escadas e poleiros. Isso pode livrá-la do tédio;
-Para os gatos, o melhor a fazer é deixá-los livres, de preferência à noite, pois diferentemente dos cães, eles têm um senso de direção incrível e sempre voltam para casa
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Dr. Elias Carlos ZobbyVeterinário

Os cães sonham?



Assim como as pessoas, os cães também precisam dormir. No período de sono, o cão pode descansar, e seu sistema imunológico funciona melhor. Com o sono regular, seu sistema nervoso e seu metabolismo funcionam bem, e seu corpo fica descansado.
As fases do sono
Os cães tem 2 fases do sono: superficial ou ondas cerebrais lentas; e movimento rapido dos olhos (REM). No estágio superficial, o cão fica quieto e alerta, tem uma respiração profunda e ritimada, sua pressão sanguínea, seu metabolismo e sua atividade cerebral diminuem. Nessa primeira fase, o cão pode acordar repentinamente devido a estímulos sensoriais. O estágio superficial dura de 10 a 20 minutos.
Na segunda fase, REM, as pálpebras do cão se movem, daí o nome “rápido movimento dos olhos”. A respiração nessa etapa [é mais irregular, rápida e superficial - às vezes o cachorro parece não estar respirando. Também ocorrem movimentos nas patas, músculos da face e orelhas.
Duração do sono
Os cães dormem em média 9 horas por dia, mas podem prolongar esse tempo se ficam muito sozinhos, sem a companhia do dono.
Os cães sonham?
De acordo com pesquisas de ondas cerebrais feitas em cães, a resposta é afirmativa. Foi constatado que algumas atividades cerebrais caninas durante o sono são semelhantes as de quando uma pessoa está sonhando. Assim, e quase certo que nosso melhor amigo também sonha! Os filhotes e os cães velhos sonham mais que os cães adultos.
O conteúdo dos seus sonhos ainda é um mistério. Uma idéia sobre isso é a maneira de se relacionar com o mundo: o homem usa mais a visão e a língua falada; ja o cão usa mais a audicão e o olfato. Assim, o sonho deles deve ser diferente do nosso…
Distúrbios do sono
Os cães podem ter alguns distúrbios de sono, como a apneia, que é uma parada respiratória devido a obstrução das vias respiratórias, que acontece mais no Boxer e Buldogue, devido aos seus focinhos achatados. Outra doença é a narcolepsia, na qual o cão repentinamente entra em sono profundo. Esse mal é mais comum no Dobermann, Labrador, Poodle, Beagle e Dachshund. Esses distúrbios são controlados por medicamentos.

Fonte: DogsPage

Ansiedade de separação em cães

Mauro Lantzman ®

Introdução

Ansiedade de separação é o conjunto de comportamentos exibidos por cães quando são deixados sós, sendo um dos problemas comportamentais mais comuns em cães. Os proprietários freqüentemente referem-se a estes animais como "rancorosos", "chateados", "raivosos", que agem com "despeito", "má vontade", mas este tipo de explicação não tem nenhuma base etológica. Como conseqüência, acabam punindo seus animais de modo incorreto e contribuindo para a manutenção ou aumento da freqüência do comportamento. O mais correto seria descrever este tipo de comportamento perturbado como resultado de uma resposta ao estresse pela separação da pessoa ou pessoas com quem o animal está ligado ou apegado. O comportamento de apego é essencial para a sobrevivência de animais sociais. É um mecanismo de coalizão social. A partir do nascimento o filhote forma ligações com a mãe e com os irmãos da ninhada. Posteriormente, com o início do período de sociabilização (2 a 4 meses de idade), o filhote irá se ligar a seus irmãos e a outros cães adultos. Com o cão isto pode incluir outras espécies com que tiver contato neste período. O período de sociabilização determina o tipo de relação social que um animal estabelecerá, bem como os processos de comunicação, coordenação, hierarquia e o tipo de relação que terá com seu proprietário. A ligação implica numa relação de confiança e é o fundamento do laço entre o proprietário e o animal de estimação. Porém, quando um cão fica dependente demais de seu proprietário poderá desenvolver alterações comportamentais associadas a separação. Poderão ser observados: defecação e micção em localizações impróprias, comportamentos destrutivos ( escavar, arranhar, morder objetos pessoais, móveis, paredes, portas e janelas), vocalizações excessivas (latidos, uivos e choramingos), depressão, anorexia e adipsia e hiperatividade. Porém é preciso deixar claro que, somente o levantamento do histórico comportamental e do contexto em que estes comportamentos ocorrem podem determinar um diagnóstico de ansiedade de separação.
Definições necessárias
Medo: sentimento de apreensão associado a presença ou proximidade de um objeto, indivíduo ou situação social de risco. O medo é parte do comportamento normal e pode ser uma resposta adaptativa. A determinação de até que ponto o medo ou respostas de medo são anormais ou inapropriadas deve ser feita pelo contexto em que ocorrem. O medo normal ou anormal são geralmente manifestações graduadas, com intensidade de resposta proporcional à proximidade ou percepção da proximidade do estímulo. Fobia: uma resposta súbita, tudo ou nada, profunda, anormal, que resulta num comportamento de medo extremo (catatonia, pânico). Muitas reações de medo são aprendidas e podem ser desaprendidas com exposições graduais. Fobias são definidas como reações de medo desenvolvidas rapidamente e profundamente e que não são extintas com exposições graduais. Uma vez o evento fóbico tenha sido experimentado, qualquer evento associado a ele ou a memória deste é suficiente para gerar a resposta. Ansiedade: uma antecipação apreensiva de um perigo futuro ou desgraça acompanhada por um sentimento de disforia e ou sintomas somáticos de tensão (vigilância e atenção, hiperatividade autonômica, manifestações fisiológicas, aumento da atividade motora e tensão)
Origem e Diagnóstico
A principal característica da ansiedade de separação é que os comportamentos indesejados estão claramente relacionados à ausência de um ou de todos os membros da família. Ocorre quando o animal não pode ter acesso ao proprietário. Mesmo que o animal esteja na companhia de outras pessoas ou animais, o comportamento pode vir a se manifestar por estar associado a ausência de uma pessoa em especial com quem o animal tem uma "ligação muito forte". Deve-se procurar fazer diagnóstico diferencial com outros distúrbios comportamentais e patológicos. Para isso é preciso obter-se a história comportamental detalhada do proprietário. O comportamento de ganir, latir e uivar no filhote pode ser considerado normal e é o resultado da separação da mãe, visando a reunião. Quando isto não ocorrer, o filhote fica deprimido, quieto e imóvel até o retorno da mãe. No caso de cães adultos este comportamentos podem se repetir, mas são considerados distúrbios devido às conseqüências. Cães com ansiedade de separação são muitas vezes obedientes e bem treinados quando estão na companhia do proprietário. A ansiedade de separação é então considerada como o resultado de um estresse pela ausência do proprietário. Eventos traumáticos na vida de um cão jovem podem aumentar a probabilidade do desenvolvimento de ansiedade de separação. Estes eventos incluem: separação precoce da mãe, privação prematura de laços com a ninhada (filhote de cães mantidos em lojas ou abrigos para animais), uma mudança súbita de ambiente (casa nova, ficar em um canil), uma mudança no estilo de vida do proprietário, resultando em um súbito término no contato constante com o animal, uma ausência de longo prazo ou permanente de um membro da família (divórcio, morte, crianças que crescem e deixam a casa, volta para a escola ou trabalho, férias que terminam) ou a adição de um novo membro na família (bebê recém-nascido, novo relacionamento social ou novo animal de estimação). O problema também pode ser o resultado de uma estadia prolongada ou traumática na casa de um parente ou amigo, em um canil ou hotel. A ansiedade de separação pode estar ainda associada a um evento traumático que possa ter ocorrido durante a ausência do proprietário (explosões, tempestade, assaltos violentos). Não há predisposição sexual ou por raça. Cães de rua recolhidos em canis de adoção têm predisposição a ansiedade de separação. Os cães com predisposição a ansiedade de separação são ansiosos, agitados e super ativos. Seguem o proprietário por todo lado, pulam em cima dele e correm sem parar.
Muitos cães podem sentir quando seu proprietário está para sair de casa e ficam ansiosos até mesmo antes de sua saída. Enquanto o proprietário se prepara para sair, o cão apresenta sinais de:
Aumento de atividade, choramingar, ganir, solicitar atenção, pular e seguir o proprietário onde quer que ele vá, tremer ou até mesmo fica agressivo quando o proprietário tenta partir; neste caso a agressão por dominância deve ser pesquisada;
Depressão, fica parado, deitado sem se mexer quando o proprietário chama ou tenta tirá-lo do lugar.
Depois de um tempo variável da saída do proprietário, os cães:
Arranham, cavam e mastigam as portas e janelas na tentativa de seguir seu proprietário;
Mastigam, arranham e cavam objetos domésticos ou pessoais (livros, móveis, fios, paredes, roupas);
Uurinam e defecam em localizações inaceitáveis, como na porta ou na cama do proprietário e vocalizam (choramingam, latem e uivam sem parar);
Ficam deprimidos e não comem ou bebem enquanto o proprietário não volta. Isto é especialmente prejudicial se o proprietário ficar fora por um longo período;
Sialorréia, tremor, dispnéia, taquicardia, diarréia, vômito ou auto-mutilação (morder e lamber patas e outras partes de seu próprio corpo).
A maioria dos cães afetados fica super excitado quando o proprietário retorna, saudando seu proprietário mais efusivamente do que o normal. Quando o proprietário retorna, o cão geralmente torna-se extremamente ativo e exagera suas saudações à chegada do proprietário.
Se o problema for recente e o animal não for de temperamento extremamente ansioso, o prognóstico será favorável. Já nos casos mais antigos de ansiedade, ou nos casos em que há associação com comportamentos de pânico, o prognóstico é reservado.
Diagnóstico diferencial
Um cão com comportamento destrutivo deve receber um diagnóstico diferencial. É preciso recolher a história comportamental, o foco do comportamento, o contexto e as circunstâncias nas quais o comportamento ocorreu. Deverão ser caracterizados o ambiente social e físico e a rotina diária (alimentação, higiene, brincar, exercício, dormir). A história comportamental irá informar também como ocorreu o processo de educação e adestramento, incluindo a forma como foi realizado o treino para as eliminações e como foram aplicadas as punições. Deve-se caracterizar a rotina dos habitantes da casa e a forma como se dão as interações, incluindo o sociograma. Os principais diagnósticos diferenciais devem ser feitos de acordo com o comportamento exibido: 1. Comportamentos associados a eliminação: Falta ou educação deficiente para eliminação. Falta de oportunidade de defecar e urinar em local apropriado Medo ou excitação Submissão, saudação e marcação Patologias (cistite, prostatite, gastroenterites). Cães idosos Agressividade por dominância ou territorial 2. Comportamento destrutivo Comportamento lúdico ou exploratório Mastigação de filhote Resposta de medo Reação a estímulos excitatórios Super atividade Agressividade por dominância ou territorial 3. Vocalização Reação a estímulos excitatórios (sonoros) Facilitação social Lúdico Agressão Respostas de medo O exame laboratorial deve incluir urinálise, coproparasitológico, hemograma, sorologia e hormônios da tireóide e glândula adrenal (hiperadrenocorticismo), na dependência da história e dos sintomas clínicos associados. É preciso pesquisar sintomas de dor. Para cães de mais de 8 anos está indicada a colonoscopia na dependência dos sintomas. Nos casos envolvendo animais com mais de 8 anos, os processos patológicos podem estar associados a disfunção cognitiva geriátrica canina. Esta patologia determina lesões comparáveis a Alzheimer humana, porém a causa não foi ainda estabelecida. Suas manifestações incluem, além dos comportamentos de ansiedade de separação, diminuição de obediência a comandos, irritabilidade, confusão, perda do condicionamento associado a eliminações e alteração no padrão de sono.
Intervenção
Antes de se iniciar qualquer protocolo de intervenção comportamental é preciso orientar o proprietário em como ocorre o aprendizado canino. O conhecimento que temos do processo cognitivo animal é o resultado da análise experimental do comportamento e estabelece relações funcionais entre as variáveis comportamentais e as variáveis ambientais e endógenas. Assim, quando se observa o comportamento de um animal, é preciso entender que ele foi o resultado da interação destas variáveis.
Se um determinado animal apresenta ansiedade de separação, o que está implícito é o resultado da relação da ausência do proprietário, o comportamento resultante e os estímulos conseqüentes (condicionamento). O comportamento foi portanto reforçado. Então é preciso identificar quais são os estímulos reforçadores. No caso da ansiedade de separação identificaremos estímulos antecedentes (sinais da saída do proprietário), respostas (após um tempo determinado da saída, o cão apresenta comportamentos inadequados tais como: destruição, eliminação inadequada, vocalização etc.) e no retorno do proprietário haverá estímulos conseqüentes (dar comida, fazer carinho), responsáveis pela probabilidade futura da emissão dessas respostas. É importante ressaltar que, seja qual for o comportamento do proprietário, se o comportamento indesejado se mantiver ou aumentar em freqüência, este estímulo será chamado de reforço positivo.
O proprietário deve ser alertado de que, uma vez iniciado o protocolo de modificação comportamental, ele deve se programar e se determinar a segui-lo passo a passo, evitando qualquer falha de procedimento. Parte da intervenção inclui a extinção do comportamento indesejado, isto é não deve haver mais a apresentação de reforço positivo após a emissão do comportamento anteriormente condicionado. Se o proprietário falhar poderá haver o retorno do comportamento e desta vez ainda mais difícil de ser extinto ou modificado. Por outro lado, pode haver estímulos conseqüentes ao próprio comportamento, então diremos que são estímulos auto-reforçadores. Pensando nisto deveremos assegurar que o animal tenha acesso somente a seus próprios objetos, brinquedos, e ossos. Ele não deverá ter mais acesso a objetos pessoais ou móveis. Se preciso, pode-se colocar uma chapa plástica nas paredes para evitar que ele as cavouque.
O princípio subjacente a toda técnica de intervenção para fobias, medos e ansiedades consiste em permitir que um animal experimente situações que elicitem medo e ansiedade sem que fique ansioso ou com medo. Para isso é preciso identificar quais são estes estímulos. Os métodos para tratar ansiedade de separação incluem: modificação da relação entre proprietário e seu animal de estimação, exercício físico, treino para obediência, modificação dos estímulos antecedentes e conseqüentes, prevenção e medicamentos ansiolíticos.
O sucesso do manejo da ansiedade de separação inclui ensinar o cão a tolerar a ausência do proprietário e corrigir os problemas associados a destruir, vocalizar, e eliminar em locais inadequados. O cão deverá adaptar-se gradualmente a ficar só através de exposição a pequenas partidas. Se a resposta ansiosa acontecer logo após a partida do proprietário (dentro de 30 minutos), o cão deverá permanecer sozinho, no princípio, durante intervalos muito pequenos (5 minutos) para assegurar o sucesso da intervenção. O período de ausência é então gradualmente aumentado. O proprietário deve evitar a interação enquanto o animal apresenta comportamentos ansiosos. Deve assegurar que o cão não se ocupe com saudações prolongadas no retorno do proprietário, gratificando ou premiando o animal somente quando este estiver tranqüilo e calmo. A intervenção pode ser iniciado com a dessensibilização às pistas ou sinais que indiquem ao cão a saída do proprietário. O animal deverá permanecer calmo enquanto o proprietário se movimenta. As pistas que antes informavam ao cão a futura saída (estímulos discriminativos antecedentes) serão expostas ao cão, mas não devem ser concluídas com a saída real do proprietário. Pode-se também fazer o contra condicionamento, para isso treina-se o cão a manter-se sentado e calmo enquanto o proprietário se movimenta, se afasta cada vez mais até chegar perto da porta. Posteriormente este treino é feito com ausências que serão gradualmente aumentadas. O proprietário se ausenta por tempos progressivamente maiores, mas não lineares (2, 5, 3, 6, 4, 8 minutos), e retorna antes que o cão manifeste comportamentos ansiosos. As partidas e retornos deverão evitar super estimular o cão. O cão não deverá receber gratificação ou atenção nas partidas e chegadas. Atenção excessiva anterior à partida e no retorno parece aumentar a ansiedade de separação. Pode-se condicionar o animal a associar a saída do proprietário com um retorno breve e seguro. A TV ou rádio podem permanecer ligados ou um brinquedo apropriado pode ser fornecido ao cão. Porém, é muito importante que a pista não seja um artigo associado a ansiedade. Estas sugestões ajudam o cão a associar positivamente o período de isolamento. Uma vez iniciado a intervenção, o cão não poderá ficar sozinho mais do que o tempo estipulado. É fundamental identificar se há componente de pânico associado; em caso positivo, deve-se tratar a condição, pois o pânico está associado a estímulos específicos e a ausência do proprietário é apenas a chave de onde parte o problema.
Medicamentos ansiolíticos auxiliam a suprimir a ansiedade de separação. São freqüentemente usados em cães com ansiedade de separação severa ou quando os proprietários têm que deixar o cão só por um período longo enquanto a intervenção está em andamento. Na maioria dos casos, fármacos não são uma solução e devem ser usados em combinação com um programa de modificação comportamental. A escolha do medicamento deve levar em conta o fato destes diminuírem a capacidade de aprendizagem e que seu efeito varia de acordo com o indivíduo. O ideal é que ansiolíticos sejam dados ao animal enquanto o proprietário está em casa, para se determinar a duração e os possíveis efeitos colaterais. Caso não sejam constatados efeitos colaterais, a droga deve ser dada uma hora antes da saída do proprietário. A diminuição da dose deve ser gradual e conforme avaliação do sucesso do programa de modificação comportamental. Os principais medicamentos utilizados são os antidepressivos tricíclicos, progestágenos, barbitúricos, fenotiazinas e benzodiazepínicos. O objetivo é reduzir a ansiedade sem induzir sedação, o que poderia interferir com a aprendizagem. Além disso é preciso considerar o estado clínico do animal antes de se ministrar o medicamento e os efeitos colaterais.
Em casos severos o proprietário pode ter também que executar um programa de dessensibilização da dependência do cão a uma pessoa, evitando contatos prolongados, impedindo que o animal durma no mesmo quarto ou na mesma cama que o proprietário. Ignorar o cão por um período de tempo não quebrará o laço afetivo com o proprietário, mas diminuirá a dependência extrema do cão, permitindo que ele tolere sua ausência sem ansiedade. Ignorar um animal de estimação pode ser difícil para o proprietário, mas é importante que ele entenda que isto resultará em uma relação muito mais saudável e feliz para ambos.
Castigos ou punições físicas só pioram a ansiedade, por isso não são recomendados como tratamento. A punição é um procedimento que visa suprimir rapidamente a freqüência de um comportamento por meio de um controle aversivo. Raramente o procedimento é aplicado com planejamento e conhecimento. As pessoas confundem punição com "castigo", sendo que o castigo aplicado muitas vezes só serve para aliviar a ira do proprietário contra um cão que fez algo inadequado. Como conseqüência há o desenvolvimento de comportamentos respondentes (medo/agressividade) diante do punidor. O uso da punição como estímulo aversivo deve ser feito com planejamento, de modo que a punição seja aplicada imediatamente após a ocorrência do comportamento a ser suprimido, o que é difícil pois, no caso de ansiedade de separação, tais comportamentos só ocorrem na ausência do proprietário.
Prevenção
Quando o proprietário inicia um relacionamento com seu animal de estimação de maneira muito intensa, afetiva, carinhosa e por muito tempo, mas sabe que esta disponibilidade irá mudar, deveria preparar gradualmente o cão para essas mudanças, evitando assim a ansiedade de separação. Se um filhote ou um cão novo é trazido para casa, é importante evitar situações que encorajem um apego excessivo. O cão deve ser acostumado lentamente a ficar. Isto pode ser realizado através do "treino da gaiola" (anexo1). Este tipo de exercício é especialmente útil quando se sabe que o proprietário irá se ausentar por longos períodos. Outra orientação deve alertar o proprietário a impedir que o cão o siga constantemente, ajustando-o gradualmente a estar só em casa por um longo período. Deve-se evitar estimular ou reforçar comportamento de brincar com outros objetos que não os brinquedos apropriados.
Todos os comportamentos que estimulem demasiadamente o cão devem ser evitados. Todo comportamento de chamar a atenção ou solicitar coisas ao proprietário não devem receber atenção. Os comportamentos tranqüilos e silenciosos devem ser reforçados. Após os 5 meses de idade o cão pode ser ensinado a sentar, ficar e esperar. Se o cão começar a morder objetos inadequados, o proprietário deverá evitar a interação, mas se for absolutamente necessário deve-se utilizar um spray de água imediatamente enquanto o animal morde o objeto (estímulo aversivo).
O exercício físico diário (passeio), deve durar no mínimo 20 minutos e oferece a oportunidade da interação tranqüila, calma, paciente e conseqüentemente gratificante. O passeio possibilita ainda a oportunidade de ensinar o cão a sentar, ficar e esperar.
Treino da gaiola para filhotes a partir de 45 dias de idade
Use um gaiola ou uma caixa de transporte com espaço suficiente para o filhote dar a volta. Acostume o filhote a ficar, dormir ou brincar neste espaço sem fechar a portinha. Após uma semana inicie o treino, deixando o filhote por curto espaço de tempo, fechado na casinha e sem contato visual com você.
Terminado o tempo estando o filhote calmo e relaxado, abra a porta e interaja com o cão de modo calmo. Vá progressivamente aumentando o espaço de tempo em que o animal fica fechado dentro da casinha até chegar a 1,5 horas.
Assegure-se que ele tenha evacuado e urinado antes de iniciar o exercício.
Não corra atrás do animal para pegá-lo.
O alimento deve ser fornecido 15 minutos depois de terminado o exercício.
Bibliografia
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